Estamos em época de verão e o sentimento de férias, de leveza e descompromisso paira sobre nós. Um certo sentimento de afrouxamento de responsabilidade e obrigação em relação aos compromissos. Ficamos mais alegres, nos despojamos das roupagens do dia a dia. Nos sentimos com ares praianos, mesmo que dentro das cidades grandes e majestosas, as chamadas selvas de cimento. 

Talvez por isso nos sintamos mais brincalhões, principalmente os mais jovens. E dentro dessa pulsação nasce a ideia do “trote “.  É uma brincadeira destinada a enganar alguém e a induzi-lo a uma ação inútil. Na maior parte das vezes, tanto quem aplica, quanto quem recebe o trote conseguem rir da situação e se divertir. 

Mas existe um tipo de trote profundamente maligno. É um trote que é aplicado sobre os serviços de atendimento urgente, tipo corpo de bombeiro, polícia militar ou sobre outras forças. E para surpresa de ninguém esse tipo de trote também é aplicado na área de saúde, informando sobre emergências médicas, deslocando ambulâncias e equipes de socorro para atendimento de situações inexistentes.  

Acredito que alguma alma juvenil ou inquieta encontre prazer em ver as viaturas uivando suas sirenes e se esgueirando perigosamente no trânsito para socorrer um ser inexistente ou apagar um incêndio que só existiu na mente do “trotador”…  

Saiba que essa mesma equipe pode ser necessária para socorrer algum ser real, para atender um incêndio verdadeiro ou atender vítimas de algum criminoso de verdade, enquanto você brinca de ser criminoso ¨por diversão¨. Reflita – esse tipo de trote pode culminar com a morte de alguém… Brinque o verão, mas não seja tongo – tonguice pode custar vidas. 

Everson Buchi